A dimensão com a qual se investiga a saúde mental do trabalhador, tradicionalmente relegada a segundo plano pelas diversas esferas de atuação, necessita de profunda revisitação por meio de foco multidisciplinar. Assim, devem ser apuradas as práticas do mundo do Direito (especialmente Trabalhista e Previdenciário, destacadamente pelos atuais movimentos de “reforma”), Sociologia (Geral, do Trabalho), Saúde (Medicina, Psicologia e variantes), Antropologia e Economia (gestão do mercado e reflexos na organização laboral).
A investigação da atuação de diversos atores sociais, órgãos responsáveis pela defesa da cidadania e os Poderes da República se faz imperativa, eis que estes, sob o pálio da independência, vêm operando de forma quase isolada, desconsiderando-se o diálogo institucional e a necessidade de apropriada atenção à saúde mental do trabalhar por meio de intervenções prévias, contemporâneas e posteriores à sua ocorrência com a eficiência que se espera.
Dessa maneira, faz-se necessária uma visão holística do fenômeno do adoecimento mental, investigando-se os processos de trabalho e seus reflexos psicológicos sobre o trabalhador assalariado, procedendo-se a estudos sobre a atuação dos órgãos públicos e outros encarregados da promoção da saúde mental do trabalhador. No mesmo sentido, fez-se necessária a apuração de dados estatísticos atuais, com apresentação de proposições e diretrizes que possam ser seguidas para uma melhor efetividade da temática.