Virginia Woolf não foi nem queria ser uma autora anônima. Longe disso. Tampouco era uma leitora comum. Aliás, a autora anônima é inseparável da leitora comum. Estão ambas ligadas à ideia do caráter democrático da arte poética ou narrativa: de um lado, está a pessoa que por gosto, talento ou estratégia produz e ao mesmo tempo transmite, anonimamente, o conto ou o canto que resulta de seu dom e sentimento; e, do outro, quem ouve ou lê por prazer ou curiosidade ou seja, a ouvinte comum, ou, na era da imprensa, a leitora comum.