O renitente planger de sinos desperta a pós-modernidade. Esta campânula de bronze inerte de que nos fala SARAMAGO, se chorou pelos milhões que morreram nas duas Guerras Mundiais, no lusco-fusco da madrugada que antecedeu o alvorecer de um novo tempo, também dobrou pela defunção de Deus (NIETZSCHE), da história (FUKUYAMA e PERRY ANDERSON), da consciência (FREUD), do homem (FOUCAULT), e mesmo depois de tanto tanger, ainda soou pela morte dos contratos (GRANT GILMORE).
Tantos cadáveres foram necessários para que afinal, depois de anunciar um sem número de mortes, os sinos pudessem tilintar em júbilo, proclamando a ressurreição duma liberdade que agora revigorada, a um só tempo, livra os humanos dos grilhões do moderno – os emancipando e os reconhecendo como portadores de igual status de dignidade – e os torna responsáveis pela manutenção deste dificultoso projeto que é ser humano livre.
Explica-se essa vida na morte em razão de nós humanos talvez termos conosco um pouco de cigarra, e que por isso necessitamos passar um tempo debaixo da terra para poder cantar ao sol em liberdade – como diz a bela canção eternizada por MERCEDES SOSA. E é não menos por conta desta nossa particularidade, que encaramos a morte como uma oportunidade sublime de eternização, afinal nos sustém a crença versejada por VINÍCIUS DE MORAES que 'da morte, apenas / Nascemos, imensamente'.
Nesta esteira, a morte dos contratos auspiciada por GILMORE, é de fato uma ode em favor da vida dos contr