Sentir no papel. Sempre fui uma pessoa muito sentimental. Nunca procurei esconder aquilo que estou sentindo porque bons, ou não, os sentimentos vão nos fazendo crescer. E sempre procurei eternizar alguns sentimentos, tentando dar a eles a forma de letras, sílabas, palavras, frases e, enfim, textos.Sentir no papel. Ao fazer isso, parece que minhas alegrias se eternizam, meus sofrimentos se reduzem, minhas angústias se resolvem e meus sonhos permanecem vivos. Escrevo não apenas para mim, mas para me conectar com pessoas que possam sentir o mesmo, que tenham iguais medos, que compartilhem semelhantes desejos, que também precisem saber que não estão sós.Sentir no papel é, portanto, mais que uma confissão, é também uma forma de oração e, principalmente, um meio de comunhão. Comungam-se muitas coisas. Alguns comungam bens materiais, repartindo o pão. Outros comungam projetos, dividindo tarefas e funções em prol de um mesmo objetivo. Há ainda os que comungam suas almas com pessoas que escolheram para trilhar essa bela jornada que é a vida. Eu gosto de comungar também sentimentos.Dizer o que sinto, ouvir o que você sente. Acho que assim podemos sentir juntos. Nesta obra tão sensível, Felipe comunga com todos nós belíssimos sentimentos. Dores, alegrias, angústias e reflexões. Às vezes começa com uma boa prosa e termina com uma linda poesia. Às vezes, a linda poesia nos revela uma inspiradora prosa. E assim vamos lendo e, sem perceber, estamos sentindo.