'O que se entende por identidade em discursos proferidos tanto por progressistas quanto por conservadores, contra o “identitarismo”? Neste livro, Táíwò oferece um panorama crítico da identidade como importante plataforma de lutas coletivas, recuperando seu potencial revolucionário. Em Captura, o filósofo Olúf?´mi Táíwò discute como a experiência individual de opressão não é dotada de um sentido pedagógico, tampouco tem capacidade de incidência política e transformação social se não for pensada coletivamente. Comprometido em explorar a conexão entre política e identidade num contexto global, retoma visões de diferentes revolucionários e intelectuais que defenderam a atuação coletiva solidária como caminho necessário para transformar o mundo — como Amílcar Cabral, Carter G. Woodson, Lilica Boal, Paulo Freire e as feministas negras lésbicas do coletivo Combahee River. A partir do seu olhar para o potencial disruptivo das políticas de identidade, Táíwò também evidencia como a elite – entendida como as grandes corporações e qualquer grupo com acesso desproporcional a recursos e poder – empreende uma das formas mais eficazes de captura e esvaziamento de seu sentido revolucionário: convertendo demandas materiais em reivindicações meramente simbólicas e incluindo sujeitos marginalizados em espaços cujas assimetrias de poder se mantêm as mesmas.