Em um dos textos de apresentação do presente livro, escrito com linguagem poética por Andrea Pachá, a querida magistrada carioca é peremptória: “na prática, ninguém quer morrer”.Do diagnóstico do câncer até a sua partida, em novembro de 2023, acompanhei nosso querido baiano por dez meses. Durante essa jornada, com clareza solar – expressão que ele adorava –, talvez tenha percebido um dia apenas de maior prostração. Os demais, deixando suas últimas lições, percebi novas virtudes desse irmão que ganhei da rotina jurídica: esperança e positividade.Confesso que, no início, cheguei a pensar que havia estado de negação. Hoje, em verdade, percebo que nosso querido Cris procurou vivenciar seus últimos momentos com intensidade e leveza, da mesma maneira que sempre viveu a vida.Em 5 de novembro de 2023, ganhei de presente de aniversário, poucas horas antes de sua partida, uma ligação em que ele começou dizendo o quanto me amava, passando por risadas (que nos acompanharam em tantos anos de amizade) e, ao final, ajustamos que logo estaríamos tomando um vinho para comemorarmos sua recuperação.O plano não se concretizou, mas, de fato, todos nós temos muito a brindar pela possibilidade de que a nossa vida tenha sido marcada pelas lições desse grande jurista.Muito obrigado por tudo, Cristiano Chaves de Farias.