O livro de Rogerio Taiar é excelente contribuição ao estudo dos direitos humanos, à luz da soberania das nações e da reformulação conceitual de seu poder de ditar o direito, hoje condicionado, em parte, pelas denominadas linhas mestras da convivência internacional entre os povos. (...) Matéria que se coloca, nos últimos tempos, com maior intensidade, diz respeito à conformação do respectivo poder divisor das noções de direitos humanos internacionalmente reconhecidas com sobreposição sobre o direito local, que se deve nortear segundo o respeito necessário às regras internacionais. Tal fato implica, inclusive, a transferência da competência da jurisdição local para a jurisdição internacional, no julgamento dos denominados crimes contra a humanidade. (...) O livro de Rogerio Taiar enfrenta todas estas questões, com sólido embasamento doutrinário. Após uma excelente incursão histórica sobre a evolução dos direitos humanos e uma análise filosófica adequada dos grandes mestres que refletiram sobre o poder (Aristóteles, Hobbes, Rousseau, Kant, Marx, Montesquieu, Locke, etc.), oferece algumas conclusões bem alicerçadas, como aquela de que o cristianismo permitiu uma concepção sobre a dignidade e a solidariedade humana, que serviu de base para a evolução da pragmatização dos direitos humanos no direito posterior. (...) Tema atual com tratamento atual, correto e corajoso, está merecendo, pois, posição de destaque entre as obras nacionais que cuidam da temática.