Este livro chega no momento certo. Um momento de incertezas e de perplexidades, diante das metamorfoses em curso.
A tendência à universalização do Direito do Trabalho parte da sua própria natureza e do momento histórico em que o mesmo foi forjado. Se ele é produto de um modelo de sociedade que se institui no Estado Moderno, centrado numa forma de sociabilidade específica, não trans-histórica, ou seja, na subordinação da força do trabalho ao capital; se a burguesia não veio para ser hegemônica num determinado país ou numa determinada região, mas em todo o planeta, as lutas coletivas em suas respectivas dimensões – reformistas e emancipatórias – devem se dar nesses mesmos níveis – locais, regionais e globais. Se a fonte por excelência do Direito do Trabalho é a luta operária, a reconfiguração teórico-dogmática sobre ele depende, ao contrário do que pensa a doutrina clássica – centrada perspectiva dos chamados poderes instituídos – da retomada dessas lutas, para fazer frente à globalização excludente e ao ultraliberalismo global responsáveis pela desagregação dos vínculos sociais que foram instituídos por meio daquelas mesmas lutas e que, agora, se veem fragilizadas, depauperadas.
Creio que, no fundo, esta é também a preocupação dos textos que compõem este excepcional livro, fruto das aulas ministradas no curso desenvolvido na Universidade de Roma La Sapienza, em julho de 2016 e julho de 2017, aulas estas que inspiraram também a produção desta relevante obra coletiva, que est