'A Fugitiva' pode ser visto como um livro de luto. O protagonista, Marcel, que vem desfiando sua gigantesca teia de passado, se vê, de repente, sozinho. Sua Albertina, 'pássaro maravilhoso', escapa de suas mãos, e vai embora, sem deixar recados. Todo um círculo de ciúme, lamentação e invenção amorosa se abre diante dele. Quando essa construção, que se passa por dentro, no jogo obsessivo entre realidade e imaginação, atinge seu ápice, ele recebe a notícia dolorosa - a delicada Albertina fora lançada, pelo cavalo, contra uma árvore e morrera. Novo círculo, então, se abre, agora recompondo em vários níveis a relação entre os dois, desde os passeios de bicicleta por Balbec até as cartas finais, após a separação. Esta reedição de 'A Fugitiva', que teve a tradução do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, deve trazer ainda prefácio, notas, resumo e revisão técnica de Guilherme Ignácio da Silva, que traduziu os trechos que não constavam da edição utilizada por Drummond. A edição pode contar ainda com posfácio assinado por Franklin Leopoldo e Silva, além de uma cronologia da vida de Marcel Proust.