As relações entre espaço urbano e criminalidade foram exploradas pelo trabalho pioneiro dos sociólogos da Escola de Chicago, que produziram estudos influentes nos anos de 1920 e 1930, especialmente na vertente que veio a ser denominada ecologia humana, cujos principais expoentes foram Robert Park e Ernest Burgess.Este trabalho destaca a relevância da Escola de Chicago dentro da história da Criminologia.Partindo de uma contextualização histórica das cidades, são apresentados conceitos que foram criados pelos sociólogos de Chicago, principalmente no que concerne à distribuição geográfica do crime no espaço urbano.As limitações da Escola de Chicago também são discutidas, refletindo-se sobre o declínio de sua influência e seu posterior renascimento, abordando-se sua contribuição para diversas perspectivas criminológicas, dentre elas a prevenção do crime através do desenho ambiental, a teoria da escolha racional e a tese das janelas quebradas, esta última o fundamento teórico da chamada política de tolerância zero.Fica, pois, lançado o convite ao estudo da cidade pelo viés da Criminologia, área do conhecimento com tanto a oferecer, seja àqueles voltados à reforma social, seja àqueles que, afastados de decisões políticas, formulam questões de ordem filosófica mais profundas.