Esse livro de Natacha Alves de Oliveira é fruto da dissertação de mestrado da autora que tive a honra de orientar no Programa de Pós Graduação em Direito na UERJ. A autora fez um percurso notável. Lembro-me que a professora Patrícia Glioche reconhecia no trabalho as marcas do profissionalismo irretocável de Natacha como delegada de polícia. Na contramão da barbarização de seus colegas, imposta pelo que ela mesma chama de cultura punitivista, sua análise é movida por um olhar na direção daqueles seres humanos, em especial as mulheres, que superlotam nosso dantesco sistema carcerário.
Suas inquietações se movem a partir de casos específicos em que atuou e que levaram a sentir na própria pele as injustiças e a indiferença dos 'operadores do direito penal' com relação às pessoas de carne e osso que são jogadas em nossas prisões de uma forma acrítica e naturalizada. A delicadeza de seu trabalho como policial e como pesquisadora sugere uma luz na escuridão brutalizante em que vivemos.
Natacha demonstra ao longo do trabalho como a conjuntura carcerária desmoraliza qualquer pretensão constitucional de que 'ninguém será submetido a tratamento desumano ou degradante' e de que não haverá “penas cruéis”. Um dos pontos altos de seu trabalho foi reconhecer 'além do estado de coisas inconstitucional' uma pena adicional dentro da pena judicialmente decretada a partir da literatura crítica que ela incorporou vigorosamente. A integridade acadêmica de Natacha conduziu sua pesquisa de campo de
Editora | EDITORA LIBER ARS |
Edição | 1ª |
Ano da Edição | 2019 |
Autor | OLIVEIRA, NATACHA ALVES DE |
EAN13 | 9788594591555 |
ISBN | 9788594591555 |
Páginas | 146 |