Colonização exploratória, política autoritária, diferenças sociais gritantes, religião, influências externas. A conjugação de tais aspectos – ou a total falta de integração entre todos eles – poderia explicar as diferenças no desenvolvimento econômico da América Latina e dos Estados Unidos. Uma reflexão a respeito destes e de outros pontos, como a educação e a cultura, é o fio condutor de Ficando para trás – Explicando a crescente distância entre América Latina e Estados Unidos, coletânea de artigos editada pelo historiador norte-americano Francis Fukuyama. Os dez historiadores e cientistas políticos reunidos na coletânea discorrem sobre o contraste entre o desenvolvimento dos países latino-americanos e da maior potência mundial e buscam no passado histórico os motivos para trajetórias tão diversas. No século XVIII, a renda per capita era similar no continente inteiro. Hoje, a renda per capita na América Latina corresponde a 20% do índice norte-americano e mais de um terço da população desses países vive na pobreza. Voltando-se para acontecimentos mais recentes, os autores reunidos em Ficando para trás – Túlio Halperin Donghi, Enrique Krauze, Jorge L. Dominguez, Adam Przeworski, Carolina Curvale, Riordan Roett, James A. Robinson, Natalio R. Botana e Francisco E. Gonzáles, além de Fukuyama – analisam a disparidade social e política na América Latina, buscando suas semelhanças.