A autora trabalha de modo desbravador uma relação que outrora foi pouco percebida: a condição de falido e os Direitos Humanos. Através de uma leitura valorativa robusta e convincente, demonstra que a questão do 'fresh start' do devedor extrapola o âmbito técnico-jurídico. É louvável o enfoque dado aos Direitos Humanos, utilizando-se do interessante conceito de Capitalismo Humanista.
Na obra, tratar-se-á da evolução histórica do sistema falimentar, focalizando o tema da reabilitação, buscando nas legislações ao longo da história e na prática jurídica fonte para a reflexão crítica e construtiva. Frequentemente, há análises comparativas com outros sistemas jurídicos, em especial dos EUA, destacando lições que podem ser aprendidas e desafios que precisam ser superados em ambos os casos.
Ao sustentar o interesse econômico, social e humanitário da reabilitação célere do falido, Clarissa Somesom Tauk visa aperfeiçoar o sistema judicial brasileiro. Este livro não apenas fornece uma visão abrangente e detalhada do tema das falências e do “fresh start”, mas também inspira uma reflexão mais profunda sobre o papel do Direito na promoção da justiça econômica e social, servindo para a promoção de um ambiente empresarial mais justo, inclusivo e sustentável.
Paulo Dias de Moura Ribeiro
Ministro do Superior Tribunal de Justiça