A Inteligência Artificial (IA), o uso de Big Data e a gestão por algoritmos já são uma realidade no mundo do trabalho. Tais inovações podem ser benéficas quando substituem trabalhos pesados, perigosos, penosos, repetitivos ou quando conseguem monito rar as atividades de modo a prevenir doenças ocupacionais. Entretanto, estudos demonstram que a assimetria de poderes existente nas relações de trabalho e, particularmente, nas relações de emprego, pode se acentuar, impondo diversos riscos à dignidad e dos trabalhadores. No outro extremo, revelam que podem estar associadas à mercantilização do trabalho humano com a disseminação do trabalho precário. O objetivo da pesquisa, portanto, foi investigar as dinâmicas de produção com a utilização dest es sistemas e quais riscos aos direitos trabalhistas se manifestaram, visando obter um panorama geral sobre esta nova realidade e sobre como tutelar os direitos dos trabalhadores submetidos à gestão algorítmica. Isso se justifica na medida em que se observa um poder cada vez mais invasivo do empregador, a fim de evitar abusos que vão além da discussão sobre a natureza jurídica da relação de emprego, em uma perspectiva normativa internacional com vistas à promoção do trabalho tecnologicamente digno.