'O filósofo Ludwig Wittgenstein dizia que 'Filosofar é como tentar descobrir o segredo de um cofre: cada pequeno ajuste no mecanismo parece levar a nada. Apenas quando tudo entra no lugar a porta se abre.' Desvendar a linguagem e as suas relações com o sistema criminal, realizando os pequenos ajustes no mecanismo referidos por Wittgenstein, foi o projeto que os autores da presente obra se propuseram a realizar por meio dos artigos aqui presentes, frutos de extensas pesquisas desenvolvidas no âmbito do Núcleo de Estudos Sistema Criminal e Controle Social (SCCS) do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), coordenado pelo professor Paulo César Busato.
A maioria dos artigos que compõem a presente obra tem como pedra angular as ideias do professor catedrático da Universidade de Valência (Espanha) e ex-Vice-presidente do Tribunal Constitucional Espanhol, Tomás Salvador Vives Antón, o qual propôs a aplicação da filosofia da linguagem ordinária do filósofo Ludwig Wittgenstein na dogmática penal, apresentando a construção de um sistema de
imputação democrático lastreado em uma pretensão universal de justiça.
Nessa perspectiva, a presente obra inicia-se com artigos que analisam a dogmática jurídico penal e a filosofia da linguagem. A seguir, as sanções penais são analisadas a partir da filosofia da linguagem e os aspectos criminológicos da linguagem jurídico-penal.