Em um mundo em que a tecnologia redefine as estruturas de nossa sociedade, os desafios enfrentados pelo sistema jurídico ganham nuances ainda mais complexas. A inteligência artificial, enquanto ferramenta transformadora, emerge como protagonista em potencial nos processos judiciais, prometendo otimizar a análise de dados, melhorar a gestão processual e tornar o Judiciário mais eficiente. Contudo, essa promessa traz consigo riscos que exigem cautela e reflexão. É com esse espírito que esta obra, que corajosamente navega pelas águas revoltas da interação entre Direito e tecnologia. Ao abordar a aplicação de algoritmos de agrupamento e similaridade no ambiente processual, os autores não apenas exploram as potencialidades dessa ferramenta, mas também alertam para os desafios éticos e jurídicos que ela impõe. Como garantir que a busca por eficiência tecnológica não comprometa os direitos fundamentais? Como equilibrar celeridade e qualidade nas decisões judiciais? Essas são algumas das questões de extrema relevância que aqui são discutidas. A riqueza desta coletânea reside na abordagem crítica e multidisciplinar, que enaltece a colaboração entre especialistas em Direito e tecnologia. Cada artigo demonstra um profundo compromisso com os valores que norteiam o processo civil brasileiro, como o devido processo legal, a ampla defesa, a razoável duração do processo e, sobretudo, a dignidade da pessoa humana.