A polêmica em torno das religiões não chega a ser uma novidade, mas o novo livro de Daniel Dennett é capaz de mudar, para melhor, o nível e o conteúdo desse debate. Filósofo e estudioso consagrado de evolução humana, o norte-americano é um ateu convicto e busca, com sua nova obra, Quebrando o Encanto, discutir a crença humana nas religiões a partir de uma questão fundamental: por que o homem crê na existência de seres superiores e lhes confere o estatuto de divindade? Quem espera, como parecem sugerir o título do livro e o currículo do autor, uma resposta biologizante, ou seja, a defesa da idéia de que a religiosidade é inata ao ser humano e, portanto, poderia ser explicada geneticamente, vai se surpreender com livro. Na verdade, Dennett defende a tese de que a humanidade não tem nenhuma programação biológica que a conduza à crença, mas, no entanto, esse comportamento pode ser explicado a partir do processo de evolução e seleção natural. Em vez de genes, Dennett utiliza o conceito de meme, cunhado por Richard Dawkins (autor do polêmico O gene egoísta): o meme é como um programa de computador adaptado ao aparelho biológico humano e que depende dele para continuar existindo. Ou seja, a religião é apreendida culturalmente, mas está de tal forma arraigada no sistema operacional (genético) humano, tal qual um parasita, que é naturalizada pelos próprios humanos como se fosse algo que lhes pertence intrinsecamente.
Editora | EDITORA GLOBO LIVROS (GRUPO GLOBO) |
Edição | 1ª |
Ano da Edição | 2006 |
Autor | DENNETT, DANIEL |
EAN13 | 9788525042880 |
ISBN | 8525042889 |
Páginas | 455 |