João Silvério Trevisan começa seu livro com a história de Joans Félix da Silva, responsável por 34 homicídios entre 1987 e 1995. Joans, depois de ter sua mulher e filha estupradas por marginais, tornou-se um matador que se vangloriava: Ponho seis balas num buraco só. A partir deste trágico caso, Trevisan se propõe a pensar metaforicamente balas e buracos como polaridades que expressam a classificação dos gêneros na sociedade brasileira: o que penetra e o que é penetrado, o ativo e o passivo, ou melhor, quem come e quem dá.