Eric Hobsbawm foi um dos principais intérpretes da era moderna. Morto em 2012, ele deixou uma obra vasta capaz de dar sentido a um conjunto importante de transformações políticas e sociais, da Revolução Francesa aos dias de hoje. Os 22 textos reunidos em 'Tempos Fraturados' são reflexões abrangentes sobre arte e política que ecoam algumas de suas obras clássicas, como A era dos extremos e Sobre história. Em ensaios inéditos, resenhas sobre livros de ciência e economia ou conferências em festivais literários, o autor acompanha o florescimento da belle époque, as vertentes do capitalismo moderno na Europa e nos Estados Unidos, a consolidação da sociedade de consumo. Não há aspecto relevante da cultura burguesa que ele não tenha examinado com brilho e elegância. O rumo das artes na atualidade, cultura e política na virada no milênio, Karl Kraus, os judeus e a vida intelectual, economia, ciência, art nouveau, arte pop, caubóis, religião, todos são temas abordados no livro. A coletânea, finalizada pouco antes da morte do autor, reúne em sua maioria textos escritos a partir dos anos 1990. É o caso de “Os intelectuais: papel, função e paradoxo”, de 2011, que lamenta o desaparecimento do intelectual público: nos dias que correm, argumenta Hobsbawm, eles não têm como fazer frente a Bono Vox.