A obra que se tem em mãos está centrada na tomada da decisão judicial à luz da psicologia. Com embasamento científico, o autor aborda as heurísticas, os vieses e o ruído que cercam os julgamentos feitos no âmbito do Poder Judiciário. O trabalho também aborda a teoria da dissonância cognitiva, procurando mostrar como o indivíduo fica dividido e como age diante de opiniões ou pensamentos discrepantes (dissonantes).
Todo profissional do Direito, sobretudo os juízes, deve conhecer e evitar cair em armadilhas inconscientemente construídas em sua mente e que podem comprometer a realização da justiça. Quantas vezes nós juízes não nos apegamos a vieses de confirmação, tendo predisposição, ainda que inconsciente, de “optar por dados e informações que tão somente confirmem as crenças e impressões preliminares, sem passar pelo crivo apurado do sistema reflexivo”? Ou nos perdemos em vieses de trancamento, inclinados a manter uma decisão anterior, mesmo que tenha sido tomada sem cognição plena, já que antes se investiu tempo e pesquisa para se firmar a posição? Atire a primeira pedra aquele que, juiz ou não, nunca fiou um julgamento em estereótipos e preconcepções.
O livro nos traz a visão aberta que todo magistrado necessita possuir, ciente de suas limitações, consciente das várias possibilidades e preparado para novas compreensões.